sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


A volta do que não foi


Primeiramente, desculpem-me. Estou ciente que este é o título mais pífio que qualquer escritor possa escolher. Porém, compreendam-me: percebi, após o último clássico, que certas coisas correspondem precisamente ao significado de seus nomes, ficando evidente que o Cárceres nascera com o nome devido. Uma tenebrosa surpresa.
Como vocês provavelmente não notaram, o blog esteve de férias nestes últimos meses. Portanto, iniciarei 2013 com um rasteiro resumo dos acontecimentos, em minha vaga opinião, relevantes. Como meu psicanalista imaginário falou que estou sanado e que o tratamento não será mais necessário, aviso desde já que irei menosprezar o meteoro russo, a ordem cronológica e científica dos fatos e a crise existencial do Papa.
Começarei com o pênalti perdido por Ronaldinho Gaúcho contra a Inglaterra, ou seja, contra o país que inventou o Futebol. Meus caros, não quero discutir sobre a convocação dele, apenas decorrer sobre as regras futebolísticas. Estas são as únicas que devem ser respeitadas, dentre todas as esferas. E não me refiro a escanteios, impedimentos ou prorrogações pouco londrinas; atento-vos para as verdadeiras máximas do jogo, tais quais “existem coisas que só acontecem ao Botafogo”, “se concentração ganhasse jogo, o time do goleiro Bruno não perdia uma” e “pênalti mal marcado não entra”. Mesmo Pelé perderia aquele gol.
Falando nele, sigo afirmando que Pelé é rei, única e exclusivamente, quando se encontra de boca cerrada. Mesmo quando concordo com ele, continuo repudiando-o. Todos tratam o Neymar como se fosse o novo Billy The Kid, ou como a encarnação do Caipora ou como o redentor das multidões. Ele não é nada disso. É apenas um simples e singelo imbecil de 15 anos de idade que ainda não percebeu que futebol é jogado com 11 por algum motivo. Recuso acreditar que pessoas que não conseguem levantar a cabeça e observar que existem outros a sua volta possam chegar ao patamar de ídolo indubitável. Prossigo defendendo seu lugar cativo no bando de reservas da seleção e que a morada do rei seja nos States.
Porém, existem outros em pior situação. Todo e qualquer jogador do Botafogo que veste a camisa da Nike retorna amaldiçoado, vide o caso do filho do Chico Mendes. No entanto, como é de praxe, alguém poderá argumentar:
“Mas a seleção é boa, ela valoriza os jogadores...” 
É? Então porque o Lucas não foi vendido logo após seu retorno? Ainda peço assinaturas no abaixo assinado que propõem tornar lei a prisão de certos atletas na Granja Comary e só soltá-los quando estiverem benzidos. Benzidos ou aposentados, tanto faz. Começaríamos, óbvio, com os laterais direitos que não sabem atacar nem defender; ou seja, as faxineiras alérgicas a alvejantes e alcoólatras do futebol.
Elucidando a conversa, acreditei, um pouco mais recentemente, que o Oswaldo tinha compreendido o que era treinar o time de General Severiano. Fatídico engano. Aquele “vamos matar estes putos” foi pronunciado por Odin e, pouco tempo depois, percebemos que não havia passado de uma fantástica interpretação religiosa. E, quem melhor que o Faraó Turco para curá-lo?
A volta do que não foi. Esperaremos os próximos dias para saber como anda os poderes sobrenaturais desta incógnita em forma de ser. Seu histórico é desfavorável e seu futebol é pífio, mas ele veste preto e branco. Como meu ex-psicanalista dizia, nunca confie em um careca oriundo de um império oriental que ri parecido com o Juscelino Kubitschek. É desesperançoso saber que ele é a nossa última esperança. E é exatamente por ter tantos fatores contrários que tenho convicção em seu êxito.
Afinal, esperança nunca foi e nunca será uma máxima do Botafogo.