A volta do que não foi
Primeiramente, desculpem-me. Estou ciente que este
é o título mais pífio que qualquer escritor possa escolher. Porém,
compreendam-me: percebi, após o último clássico, que certas coisas correspondem
precisamente ao significado de seus nomes, ficando evidente que o Cárceres
nascera com o nome devido. Uma tenebrosa surpresa.
Como vocês provavelmente não notaram, o blog esteve
de férias nestes últimos meses. Portanto, iniciarei 2013 com um rasteiro resumo
dos acontecimentos, em minha vaga opinião, relevantes. Como meu psicanalista
imaginário falou que estou sanado e que o tratamento não será mais necessário, aviso
desde já que irei menosprezar o meteoro russo, a ordem cronológica e científica
dos fatos e a crise existencial do Papa.
Começarei com o pênalti perdido por Ronaldinho
Gaúcho contra a Inglaterra, ou seja, contra o país que inventou o Futebol. Meus
caros, não quero discutir sobre a convocação dele, apenas decorrer sobre as
regras futebolísticas. Estas são as únicas que devem ser respeitadas, dentre
todas as esferas. E não me refiro a escanteios, impedimentos ou prorrogações
pouco londrinas; atento-vos para as verdadeiras máximas do jogo, tais quais
“existem coisas que só acontecem ao Botafogo”, “se concentração ganhasse jogo,
o time do goleiro Bruno não perdia uma” e “pênalti mal marcado não entra”.
Mesmo Pelé perderia aquele gol.
Falando nele, sigo afirmando que Pelé é rei, única
e exclusivamente, quando se encontra de boca cerrada. Mesmo quando concordo com
ele, continuo repudiando-o. Todos tratam o Neymar como se fosse o novo Billy The
Kid, ou como a encarnação do Caipora ou como o redentor das multidões. Ele não
é nada disso. É apenas um simples e singelo imbecil de 15 anos de idade que
ainda não percebeu que futebol é jogado com 11 por algum motivo. Recuso
acreditar que pessoas que não conseguem levantar a cabeça e observar que
existem outros a sua volta possam chegar ao patamar de ídolo indubitável. Prossigo
defendendo seu lugar cativo no bando de reservas da seleção e que a morada do
rei seja nos States.
Porém, existem outros em pior situação. Todo e
qualquer jogador do Botafogo que veste a camisa da Nike retorna amaldiçoado,
vide o caso do filho do Chico Mendes. No entanto, como é de praxe, alguém
poderá argumentar:
“Mas a seleção é boa, ela valoriza os jogadores...”
É? Então porque o Lucas não foi vendido logo após
seu retorno? Ainda peço assinaturas no abaixo assinado que propõem tornar lei a
prisão de certos atletas na Granja Comary e só soltá-los quando estiverem
benzidos. Benzidos ou aposentados, tanto faz. Começaríamos, óbvio, com os
laterais direitos que não sabem atacar nem defender; ou seja, as faxineiras
alérgicas a alvejantes e alcoólatras do futebol.
Elucidando a conversa, acreditei, um pouco mais
recentemente, que o Oswaldo tinha compreendido o que era treinar o time de
General Severiano. Fatídico engano. Aquele “vamos matar estes putos” foi
pronunciado por Odin e, pouco tempo depois, percebemos que não havia passado de
uma fantástica interpretação religiosa. E, quem melhor que o Faraó Turco para
curá-lo?
A volta do que não foi. Esperaremos os próximos
dias para saber como anda os poderes sobrenaturais desta incógnita em forma de
ser. Seu histórico é desfavorável e seu futebol é pífio, mas ele veste preto e
branco. Como meu ex-psicanalista dizia, nunca confie em um careca oriundo de um
império oriental que ri parecido com o Juscelino Kubitschek. É desesperançoso
saber que ele é a nossa última esperança. E é exatamente por ter tantos fatores
contrários que tenho convicção em seu êxito.
Afinal, esperança nunca foi e nunca será uma máxima
do Botafogo.